Trata-se de uma tarefa de motivo repetitivo.
Séries/anos nas quais
ela pode ser aplicada:
3º ao 9º ano do Ensino Fundamental e EJA.
Foi desenvolvida nas turmas das professoras: Cidineia
e Raquel.
Objetivos: Espera-se que o aluno seja capaz
de:
·
Identificar
o padrão proposto na tira, estabelecendo relações entre a cor e a sua posição;
·
Identificar
números pares e ímpares, a generalização de um número par (ou ímpar);
·
Compreender
a ordem de distribuição destes números na fita, a antecipação, perceber a
regularidade dos números, identificar diferenças e semelhanças entre estes
números;
Materiais entregues
aos alunos: Folha
impressa com as tarefas.
Tarefa 1: Tira de números coloridos
Observe a tira de papel que
inicia no número zero. Ela alterna números nas cores vermelha e branca.
1. Observe que a ponta da direita
é diferente da ponta da esquerda. O que você acha que isso indica?
2. Ainda observando as cores dos
números, responda:
a) O que os números que estão nos
espaços brancos da tira de papel, têm em comum?
b) Pense em um número bem grande
que não está representado na tira. Registre esse número. _______ Esse número
ocupa um espaço branco? _______ Como você sabe disso?
c) O que os números que estão nos
espaços vermelhos têm em comum?
|
Tarefa 2: Tira de
três números coloridos
Esta
é uma tira diferente, repetindo as cores em uma sequência: vermelho, branco,
azul; vermelho, branco, azul.
1. Observando as
cores que os números ocupam, responda:
a) O que a sequência
de números nos espaços brancos tem em comum?
b) Entre o 7 e o 16,
quais números ocupam os espaços brancos?
c) O que a sequência
de números vermelhos tem em comum?
d) Qual é a cor do espaço
do número 51? ____________Como você sabe disso?
e) Qual é a cor do
espaço do número 37? ____________ Como você sabe disso?
Tarefa 3: (para alunos de anos mais
avançados)
Agora é sua vez! Crie uma tira
com quatro cores.
Escreva as regularidades que você
identifica na sequência de cores que os números ocupam.
|
A. Respostas
esperadas para cada item:
Tarefa 1:
1. A ponta da tira foi recortada, por isso ela está
diferente.
2. a) Os números brancos são ímpares.
b) 1005, por exemplo, será branco, pois ele é um
número ímpar.
c) Os números vermelhos são pares.
Tarefa 2:
a) Os números brancos são ímpares e pares e aumentam
de 3 em 3.
b) Os brancos são: 10, 13 e 16.
c) Os números vermelhos são pares e ímpares e, com
exceção do zero, sempre vem dois números vermelhos depois de um branco.
d) Pode-se pensar na sequência de 3 em 3: vermelho,
branco, vermelho. Assim, pode-se pensar nos múltiplos de 3. Como 51 é múltiplo
de 3, ele é vermelho.
e) O número 37 não é múltiplo de 3; quando se divide
37 por 3 há o resto 1, portanto, o número é vermelho.
Tarefa 3: produção livre do aluno.
B. Potencialidades da
tarefa:
O
desenvolvimento da tarefa em diferentes turmas possibilitou-nos compreender que
essa tarefa incentiva:
·
A
identificação de números pares e ímpares e a generalização e, em séries mais
avançadas, a representação algébrica de um número par e ímpar qualquer;
·
O
debate sobre as características de números pares e ímpares. Por exemplo, num
terceiro ano, a negociação ocorrida frente o que seria um número par e ímpar,
em que um dos alunos registra: 1 + 1 = 2, portanto é par, 1 não seria pois não
há nada a somar;
·
Os
alunos conseguem compreender a ordem de distribuição destes números na fita, fazem
antecipações, percebem as regularidades dos números, identificam diferenças e semelhanças
entre estes números;
·
A
discussão sobre o sentido do número “0” e as suas funções. Em todas as turmas
essa discussão foi muito rica;
·
Diferentes
formas de agrupamentos para generalização: a contagem de 1 em 1, 10 em 10,
etc...
·
Uso
da adição e multiplicação para estabelecer algumas generalizações em relação a
contagem das tiras;
·
No
3º ano, os alunos generalizaram que os números terminados em 0, 2, 4, 6 e 8 são
pares e propuseram exemplos com números mais altos e que 1, 3, 5, 7 e 9 são
ímpares, propondo também exemplos com outros números;
·
Uso
da divisibilidade para identificar a posição da cor;
·
Uso
das noções de múltiplos;
C. Descrição de como
foi a tarefa em sala de aula:
C1. Profa. Cidinéia -
3º ano
A professora Cidinéia desenvolveu
as tarefas com seus alunos nos anos de 2013, 2014 e 2015 com alunos de 3º ano
(entre 8 e 11 anos). Sua intenção foi evidenciar o quanto os resultados de uma
tarefa podem variar de uma turma para outra.
Em 2013, os 28 alunos presentes se
organizaram em duplas, onde a professora deixou a escolha livre, para que
pudessem decidir.
Em 2014, no primeiro dia as
crianças fizeram a tarefa 1 em que estavam presentes 22 alunos divididos em
duplas e alguns trios. No segundo dia, realizaram a tarefa 2, estando presentes
19 alunos, também organizados em algumas duplas e alguns trios. E no terceiro
dia, para realizar a tarefa 3 estavam presentes 20 alunos, distribuídos em
duplas.
Com
as folhas das tarefas já distribuídas os alunos iniciaram a leitura das
tarefas, discutindo em duplas e expondo as ideias, não houve problemas de
compreensão ou mesmo a não realização.
O
papel da professora foi fazer o acompanhamento no decorrer da resolução das
tarefas e das discussões, procurando intervir para que chegassem a algumas
conclusões em relação a continuidade da tira, da relação entre os números e as
cores e a discussão mais ampla realizada em torno dos números ímpares e pares.
Na
turma de 2014, a palavra “relação” foi algo que ficou mais evidente, mas houve
a negociação de significados para que compreendessem o sentido da palavra
“relação”. Nessa turma a discussão foi mais intensa no momento da socialização,
quando surgiu o debate se o zero é um número par ou ímpar.
Na
turma de 2015 estavam presentes 29 alunos, dos quais divididos em duplas e
trios. Iniciavam
algumas hipóteses afirmando que havia uma sequência e que o padrão mudava de 3
em 3 e as cores estavam ligadas a essa mudança, ou seja, vermelho, branco e
azul.
No decorrer das tarefas vários foram
os registros e estratégias realizadas, dentre elas, observa-se a relação entre
os números pares e impares e a impossibilidade na Tarefa 2 de conservar essa
mesma hipótese. Os alunos trouxeram a hipótese de contar de 10 em 10 e de 11 em
11 para provar que a cada 10 ou a cada 11 a sequência continuaria: vermelho,
branco e azul. Realizam a contagem tendo a ideia de continuidade a partir de um
número determinado por eles.
Outra potencialidade da tarefa foi a
presença da diversidade dos registros e a riqueza da negociação de ideias.
C2: Profa Raquel - 8º,
9º anos e EJA
A tarefa1 das tiras coloridas foi proposta
para a turma de 8º, 9º anos e EJA em 2014.
A professora pediu aos alunos que
se organizassem em duplas, entregando a folha com a tarefa. Aguardou que os
mesmos lessem e tentassem compreender a proposta. Depois de algum tempo, vários
questionamentos foram feitos a fim de favorecer a reflexão, a compreensão e
resolução da proposta, com o objetivo de enriquecer a socialização da tarefa.
Acredito pelos registros que a
tarefa com duas cores se constituiu um desafio importante e a maioria dos
alunos conseguiu perceber a regularidade presente na fita. Alguns registros
daqueles que se dispuseram a participar em grupos mostram-nos como se
arriscaram, conseguindo elaborar interessantes observações e associações com
outros conteúdos, demonstrando algumas inseguranças e desafiando-se com
questões ao se depararem com o significado e classificação para o ZERO.
Avalio o quanto foram cuidadosos ao
escreverem um número ‘bem grande’ e os exemplos apresentados se restringiram
aos numerais com duas ordens, alguns arriscaram até as centenas e duas duplas escreveram
números “bem grandes” (99 000 000 e 1 000 000 000), mas justificaram pela certeza da resposta, continuando
a contar as cores.
Durante a tarefa os alunos se
disponibilizaram e se envolveram, estabeleceram estratégias para a resolução e
negociaram ideias, tanto nos grupos, quanto nos momentos de socialização.
D. Observações gerais
dos professores quanto à aplicação da tarefa:
Essa
talvez tenha sido a tarefa mais rica desenvolvida em sala de aula, diante das
potencialidades para trabalhar alguns conceitos matemáticos como o zero: suas
funções e se ele é par ou ímpar; números pares e ímpares e a sua generalização.
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